Fogueira de Boas vindas - 03 de Outubro - Noite

O ano letivo recomeçava e John, professor de linguagens antigas, estava chegando de merecidas férias. Ele gosta de sua profissão e gosta bastante de seus alunos, mas às vezes lecionar pode ser mais desgastante que muito trabalho por aí.

Este ano, com o intuito de se desligar e quem sabe, encontrar alguma pista de sua irmã, ele viajara pela america central e do sul, passando um tempo entre tribos indigenas da amazônia, aprendendo a arte dos xamãs. Não encontrou pistas consistentes de sua irmã, mas aprendeu bastante dessas culturas sulamericanas.

Chegou à cidade de Nova Orleans no início da tarde onde fez umas compras no supermercado local para reabastecer sua casa no instituto que estava fechada desde que havia viajado de férias. Não participou das Boas Vindas da tarde, geralmente eram as diretoras que faziam isso. Preferiu descansar depois da longa viagem, para que estivesse bem descansado na tradicional festividade de boas vindas da fogueira.

Se arrumou com calma e tranquilidade depois de tomar banho e fazer a barba, vestindo uma calça jeans marrom escura, uma camiza xadrez azul escura, calçou botinas de cano curto marrons e colocou um cinto. Se penteou o melhor que podia. Se olhou no espelho para dar uma conferida rápida e pensou "É, deve estar bom". Deu os ombros e saiu de sua casa vestindo uma jaqueta jeans.

Desceu o caminho de tochar até a foqueira do lago com as mãos nos bolsos e cabeça baixa. Vez ou outra um aluno que passava por ele o reconhecia e o cumprimentava "E aí, prof Goode?". Ele acenava e sorria, e continuava seu caminho.

Quando chegou ao lago pegou o finalzinho do discurso da diretora Charlote Leveau. Ficou observando-a esperando que terminasse de falar. O discurso dela foi acolhedor para os novos e antigos alunos. Aplaudiu as palavras da diretora e sorriu. Era bom estar de volta.

Assim que ela liberou as mesas dos banquetes, John começou a se direcionar para a mesa dos professores. Foi quando seus olhos não acreditaram no que viram.

Instantaneamente congelou seus movimentos. Sentiu um arrepio percorrer o seu corpo todo e por um instante achou que seus olhos o estavam enganando. Seria possível? Esfregou os olhos e focou novamente. Alunos e professores conversavam e passavam de um lado pro outro entre o ponto em que ele estava e a mesa dos professores.

Assombrado e ao mesmo tempo emocionado, ele avançou sem desgrudar os olhos dela que sorria para as pessoas que passavam, conversava com alguns professores, e era cumprimentada por outros.

Sua irmã, que há tanto tempo não via, estava bem ali, naquela mesa! Quando deu por si estava parado em frente a ela com o coração disparado. Como havia sentido falta da irmãzinha! Ainda não acreditava no que via.

- Cordélia! É mesmo você? - foi tudo o que conseguiu dizer maravilhado.

Depois de ter ido as boas-vindas da tarde era hora de ir para a fogueira, não estava muito contente com isso mas fazer o que né, eu não posso reclamar tenho uma vida de rainha, nada me falta. Só não tenho pais.

O alojamento era legal, embora eu ainda não conheci as pessoas com quem vou dividi-lo. Só espero que não elas sejam legais ou teremos sérios problemas. Então vamos lá.

Larguei minhas coisas no apto, me troquei e desci. Música alta, dragão de fogo. Cumprimentei algumas pessoas, gostei do dragão de fogo, foi o que mais me chamou a atenção. Não me levem a mal mais uma vez, não tenho nada contra os alunos do instituto, todos me tratam muito bem.

Mas a verdade é que estou tão quebrada, sou quebrada. Não sou a melhor opção para amiga ou namorada. Sinto que só terei uma amizade verdadeira quando encontrar alguém tão quebrada quanto eu, ou seja, viverei sozinha pois isso é impossível.

Vou curtir o momento pois é o que tenho.